Le Bleu Garçon
Eu me pergunto muito quando foi que me tornei tão não-amável (ou sera que nunca fui amável algum dia). Eu poderia passar o resto do dia, da semana, do mês, choramingando a ladainha do “ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de fechecler” (Magda Salão), mas decidi, desta vez, analisar o que faz de mim alguém que parece ser tão impossível de ser amado assim.
Já tive alguns relacionamentos na vida... já fui usado, já fui trocado (a segunda, sempre em conseqüência da primeira), já fui traído (e sou homem o bastante pra reconhecer isso), já fui agente traidor (sem saber – voltamos ao “já fui usado”).
“Ah, vai dizer que você nunca usou ninguém?” Estou dizendo aqui, categoricamente, que nunca usei ninguém, sim. Talvez seja “caretice” minha, mas minha mãe me ensinou que devemos fazer com os outros aquilo que nós desejamos que nos façam – e dar aquilo que eles desejam receber e podemos dar, e depender do comportamento alheio. Creio ter aprendido isso bem, eu não gosto de ser usado, portanto, não posso fazer isso com qualquer pessoa. Mas não vim apontar ninguém (cada um sabe – ou não – de si) a não ser eu mesmo. O que percebo é que não tenho como ser vítima todas as vezes, então só posso ser culpado, pela minha própria estupidez: eu recebo os sinais, mas nunca os vejo.
Ao longo da vida, não me tornou tão dolorido ouvir “eu não te amo”, porque simplesmente ouvi isso QUASE TODAS AS VEZES (apenas três vezes, eu ouvi o contrário). A gente acaba acostumando com a situação – já pode até formar um fila pra vir mais e mais gente dizer isso. Mas no fundo, é aquela situação da menina que tem o amigo que ninguém quer (um George O’Malley da vida) – com medo de magoar os sentimentos, vai dizer “um dia, vai chegar alguém especial (não sendo eu...)”, quando era melhor deixar claro de uma vez “Não rola, fio! Nem tente!” – mal sabem que isso é o que machuca mais.
Não, minto! O que machuca mais é quando aceitam o convite do mancebo para depois de um tempo, soltar a pérola descrita na primeira frase do parágrafo anterior. O problema é agravado porque, no fim, quem termina quer sempre enfeitar e dar alguma desculpa esfarrapada (o coitado do pato, além de feio, deve ser burro). “A verdade é que nem cocô: sempre vem à tona” (Magda Salão, novamente) – minha gente, não seria melhor sermos sempre sinceros, então? Economizaria um enorme tempo de todos, além de preocupações, culpa, gastrite e afins.
De todos os meus relacionamentos, apenas um não terminou de forma dolorosa, porque ambos acabamos percebendo que não iria muito longe enquanto ambos estávamos nos afastando. E é uma ótima relação até hoje, pois sei que posso contar com esta pessoa até hoje.
Ao menos, eu posso me considerar sortudo por ainda manter contato com as mais valorosas – tirando o relacionamento já citado, eu espero dançar em cima de dois túmulos. Há uma segunda relação que também resultou em uma amizade que espero levar para sempre – mas que passou um período na “geladeira”, antes que eu tomasse alguma atitude. As outras meninas, eu ainda consigo dizer “oi” quando encontro na rua, sem maiores traumas. Já é grande coisa, não?
Uma amiga me disse que agora é tempo de eu enamorar de mim mesmo. Ela não poderia ter dito melhor. Hora de repaginar tudo: refazer meu quarto, jogar fora tudo o que não me serve, mudar o visual, estudar novas filosofias, aprender novos truques, ver novos horizontes... quem sabe até uma nova vida em algum outro canto? Não há nada para mim neste ponto onde estou e já passou da hora de eu voar e não dá para esperar o dinheiro chegar para fazer esse vôo. Procurar novos concursos, buscar empregos em novos locais – quanto mais longe e em locais novos, melhor.
Desculpem o post, galera, mas estes últimos meses têm me dado muito poucos motivos pra ficar feliz, contente e fazendo piada. Bola pra frente.
ATUALIZANDO 08/06/2009:
Aumentem para TRÊS os túmulos sobre os quais eu dançarei...
Já tive alguns relacionamentos na vida... já fui usado, já fui trocado (a segunda, sempre em conseqüência da primeira), já fui traído (e sou homem o bastante pra reconhecer isso), já fui agente traidor (sem saber – voltamos ao “já fui usado”).
“Ah, vai dizer que você nunca usou ninguém?” Estou dizendo aqui, categoricamente, que nunca usei ninguém, sim. Talvez seja “caretice” minha, mas minha mãe me ensinou que devemos fazer com os outros aquilo que nós desejamos que nos façam – e dar aquilo que eles desejam receber e podemos dar, e depender do comportamento alheio. Creio ter aprendido isso bem, eu não gosto de ser usado, portanto, não posso fazer isso com qualquer pessoa. Mas não vim apontar ninguém (cada um sabe – ou não – de si) a não ser eu mesmo. O que percebo é que não tenho como ser vítima todas as vezes, então só posso ser culpado, pela minha própria estupidez: eu recebo os sinais, mas nunca os vejo.
Ao longo da vida, não me tornou tão dolorido ouvir “eu não te amo”, porque simplesmente ouvi isso QUASE TODAS AS VEZES (apenas três vezes, eu ouvi o contrário). A gente acaba acostumando com a situação – já pode até formar um fila pra vir mais e mais gente dizer isso. Mas no fundo, é aquela situação da menina que tem o amigo que ninguém quer (um George O’Malley da vida) – com medo de magoar os sentimentos, vai dizer “um dia, vai chegar alguém especial (não sendo eu...)”, quando era melhor deixar claro de uma vez “Não rola, fio! Nem tente!” – mal sabem que isso é o que machuca mais.
Não, minto! O que machuca mais é quando aceitam o convite do mancebo para depois de um tempo, soltar a pérola descrita na primeira frase do parágrafo anterior. O problema é agravado porque, no fim, quem termina quer sempre enfeitar e dar alguma desculpa esfarrapada (o coitado do pato, além de feio, deve ser burro). “A verdade é que nem cocô: sempre vem à tona” (Magda Salão, novamente) – minha gente, não seria melhor sermos sempre sinceros, então? Economizaria um enorme tempo de todos, além de preocupações, culpa, gastrite e afins.
De todos os meus relacionamentos, apenas um não terminou de forma dolorosa, porque ambos acabamos percebendo que não iria muito longe enquanto ambos estávamos nos afastando. E é uma ótima relação até hoje, pois sei que posso contar com esta pessoa até hoje.
Ao menos, eu posso me considerar sortudo por ainda manter contato com as mais valorosas – tirando o relacionamento já citado, eu espero dançar em cima de dois túmulos. Há uma segunda relação que também resultou em uma amizade que espero levar para sempre – mas que passou um período na “geladeira”, antes que eu tomasse alguma atitude. As outras meninas, eu ainda consigo dizer “oi” quando encontro na rua, sem maiores traumas. Já é grande coisa, não?
Uma amiga me disse que agora é tempo de eu enamorar de mim mesmo. Ela não poderia ter dito melhor. Hora de repaginar tudo: refazer meu quarto, jogar fora tudo o que não me serve, mudar o visual, estudar novas filosofias, aprender novos truques, ver novos horizontes... quem sabe até uma nova vida em algum outro canto? Não há nada para mim neste ponto onde estou e já passou da hora de eu voar e não dá para esperar o dinheiro chegar para fazer esse vôo. Procurar novos concursos, buscar empregos em novos locais – quanto mais longe e em locais novos, melhor.
Desculpem o post, galera, mas estes últimos meses têm me dado muito poucos motivos pra ficar feliz, contente e fazendo piada. Bola pra frente.
Escutando “The Flesh Failures / Let The Sunshine In”, elenco do filme Hair
ATUALIZANDO 08/06/2009:
Aumentem para TRÊS os túmulos sobre os quais eu dançarei...
Por isso que sou seu fa, ou seria melhor dizer,CLONE? rs
ResponderExcluirNao,acho que esse tempo ja passou...
Mas adoro voce assim mesmo, do jeito que voce e!
Bola pra frente amigo.
namore-se antes de namorar alguem
ResponderExcluirOi... retribuindo a visita e, adorei essa imensidão
ResponderExcluirazul.
;)
bjo pra ti.
Acho q o conselho da sua amiga é o amis sensato, passei pelo mesmo q vc e hoje estou na fase antes só do q mal acompanhado, me amo demais e estou feliz assim!!!
ResponderExcluirNão tem nada que se desculpar,TOM. Tem mais é que extravasar e o blog tbem serve pra isto.
ResponderExcluirMas eu aprendi algo que o Mauro falou muito bem aqui: ame-se em primeiro lugar. Pode ter certeza que depois as coisas acontecem.
Abração!!
Tô procurando um galerista pra trabalhar comigo. Topa?
ResponderExcluirÉ, as vezes ao querer fazer as coisas do jeito certo, a gente acaba não pensando muito no q nós desejamos.
ResponderExcluirEntendo essa sua "caretice"!
Caro Tom,
ResponderExcluirAo longo de minha vida tive trocentos relacionamentos ou paixões que não deram certo. Algumas por minha culpa (a maioria), outras porque não era pra ser mesmo. Hoje em dia tenho um relacionamento sólido. Mas se não tivesse, reconheceria a queda, não desanimaria, levantaria, sacudiria a poeira e dava a volta. Ô se não dava... Demorou, mas cheguei a conclusão que ninguém tem que merecer o meu sofrimento.
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
Pois é, Tom, tb não gosto da idéia de usar as pessoas. Mas isso não quer dizer que a gente não possa tentar um relacionamento, a princípio, sem compromisso desde que ambos saibam que é uma tentativa.
ResponderExcluirEssas coisas são bem complicadas, mas uma hora tudo se ajeita... prefiro pensar assim.
Bjs
Tom, desde que te conheço vc é meio citrico.rsrsrsrs...
ResponderExcluirMas tal acidez não é gratuita e vc sabe disso.
Quanto a concentração do seu PH não se preocupe!
Sempre tem açucar na venda! ^^
Ah, obrigada, valeu a intenção! Senti-me honrada! Mas entendo...rs
ResponderExcluirBeijinhos
Um galerista precisa "galerar"... rs.
ResponderExcluirNa verdade, o galerista é o cara que cuida da galeria, recebe os visitantes, fala sobre o artista, realiza as vendas e, depois, recebe a comissão. Enquanto isso, auxilia no preparo de exposições, faz o mailing para os clientes, responde emails e telefonemas... enfim, trabalha prá car...amba! Ufa! Cansei só de descrever...
Mas também pode prestar outros serviços... a combinar... rs.
Abração.
O amor é um dos maiores segredos da humanidade... difícil superar um coração partido, difícil seguir em frente, mas é sempre muito gratificante quando as borboletinhas voltam a voar no estômago!
ResponderExcluirE a citação ao O"malley foi mais do que apropriada!
Abração!!
Acho que: rejeição, abandono, traição e desprezo formam o coquetel do inferno né?... trem que dói... credo!
ResponderExcluirTom obrigado pela visita ao meu blog, grande abraço!
poxa... me vi em você, sabia? Mudar, arejar, buscar outras formas de ver as coisas... Estou precisando fazer isso também. Abraço!
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