Sobre tecnologias e apetrechos...

Eu, um dia, me julguei um cabra analógico. Meus primos mangam de mim por ser sempre o último a "entrar na onda" (se bem que eu provavelmente fui o primeiro da família a ter um Facebook - apenas o último a utilizá-lo de fato). Eu reconheço que possuo certa resistência a novidades e um saudosismo meio irracional (só isso deve explicar eu amar vinis e ainda possuir VHS's).
Mas uma outra ponta da minha personalidade talvez seja mais perigosa: eu sou um cabra aditivo - uma vez que eu estou "dentro" de algo, muito provavelmente eu esquecerei o mundo e não pensarei em mais nada. Viciado, mesmo. Ao longo da minha vida, posso imaginar várias coisas que me desligavam da realidade em níveis perigosos: videogames, dominó, jogos de cartas, canetas coloridas, fliperamas (eu quase me endividei com isso antes mesmo dos dezoito anos), comida, MSN, Orkut, Facebook, Whatsapp.

Juntando estes parágrafos em um único caso: eu nunca fui alguém de ligar para celular. Nunca gostei nem de telefone. Qualquer conversa com mais de um minuto já me cansa, a orelha começa a doer e minha atenção se esvai e a paciência abandona o recinto (grande parte dos problemas de comunicação com seu Lula vêem do fato de ele AMAR falar ao telefone e eu sempre ser louco pra desligar o aparelho). Sou tão fã do aparelho que eu não raro o esquecia em casa e só me dava conta quando precisava telefonar pra alguém.
Até o dia em que Vitor fez pressão e seu Lula me comprou um smartphone.
Não foi amor à primeira vista. De modo algum. Este eu deixava deliberadamente em casa, até por medo de ser assaltado. Mas eventualmente, eu conectei meu e-mail profissional ao aparelho. O Twitter, também (embora eu o use menos que esporadicamente). Para o Facebook, foi um pulo. Com um pouco de "pressão piolhóide", instalei o Instagram. E o Whatsapp. Ah, o Whatsapp... a maior fonte de pressão de Vitor pela compra do aparelho. Lembrou-me muito do MSN (embora eu ache que dar meu número de telefone é algo extremamente invasivo). Quando dei por mim, o computador de casa virou artigo pouco usado e eu estava com o smartphone quase grudado na cara do minuto em que acordo ao segundo em que durmo.
Quer dizer... FICAVA! Aparentemente, o hábito foi forçado a se desfazer na sexta-feira, quando a tela do aparelho não acendeu, mais, mesmo com o aparelho ligando. Choro. Ranger de dentes. Desespero.
Ontem à tarde, deixei "meu bebê" na assistência técnica. A depender do defeito, mandarei fazer o serviço ou terei de comprar outro aparelho. Optando pela segunda alternativa, terei que desembolsar trinta dilmas apenas para pagar para que abram meu celular. É mole?
Enfim, estou numa mini-crise de abstinência. Olhando para todos os lados à procura do "meu bebê", checar notificações... Não estou completamente desamparado: meus dumbphones estão na ativa, mesmo que isso signifique ser obrigado a botar telefone no ouvido e exercitar a minha parca paciência e o resfriamento das minhas orelhas.

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