"Gentalha, gentalha!..."

"Separar o joio do trigo". Este é o ensinamento que todos nós recebemos quando se trata de agir com relação às pessoas que nos fazem bem ou mal - afinal, trocar pessoas da nossa vida não é especialidade do PROCON, nem mesmo da delegacia (na maioria dos casos).
cada um tem a sua maneira de tratar dos indesejáveis - mesmo os momentaneamente. Seja evitando, seja dirigindo logo - NA CAAAAARA!!! - que não quer mais saber... não há uma receita, nem ao menos certo ou errado. Quem quer machucar, machuca. Quem não quer, provavelmente machuca, também.
Outra frase comum é que "os amigos são a família que nós escolhemos" - ESCOLHA é a palavra... mas temos que saber se AMIZADE é algo que se constrói e solidifica. São bem raros os casos de "amizade à primeira vista".
Creio que a amizade seja como uma flor: a gente tem que cuidar dela e dá-la o que temos de melhor, para que ela cresça forte e sadia.
Mas que ninguém se engane – ninguém é perfeito. Não, leitor metido, você NÃO É exceção alguma. Nem você, nem a sua mãe (sim, a sua mãe também entra nessa), nem quem está do seu lado (ou na casa do vizinho), nem a minha mãe o é. Eu? Pffffffff... Mas o foco é – todos pisam na bola direto. Bonitinho, feinho, feio, horrivelmente. Inocentemente, “sem querer, querendo”, ou intencionalmente. Mas nós, seres humanos, erramos muito. E parte da amizade é saber passar por cima desses erros, caso eles não sejam maiores que nossas crenças mais profundas – muitas vezes, uma amizade vale a pena uma auto-análise. Mas isto é de cada um – será que vale mudar por determinada pessoa? Não chegaria a tanto, não...
E quando o amigo se revela uma “boa bisca”, um amigo falso que está contigo por motivos escusos (puxa, falei bonito, agora, não?)? Pois bem, meu caro leitor e minha cara leitora... parafraseando a imortal Magda Salão: “A verdade é que nem cocô – cedo ou tarde vem à tona”.
E quando a “cobra criada em meu/seu/dele/nosso/vosso/deles próprio ninho” é a nossa FAMÍLIA? Como eu disse anteriormente, amigos são a família que nós escolhemos – o que quer dizer que família, a gente NÃO ESCOLHE. Eu posso contar nos dedos as pessoas que não gostariam de ir a uma loja e trocar aquele Joselito por um modelo menos “viciado ou com defeito” (obrigado pelo termo, TH!).
Família é algo bem mais complicado que lidar com amizades. Mas há certas vantagens: com família, você pode chutar, espezinhar, ‘nojentar’ e ‘etc-ar’ à vontade: eles JAMAIS se livrarão de você – atenção, leitores influenciáveis: EU NÃO ESTOU RECOMENDANDO QUE VOCÊS COMECEM A AGIR COMO SE FOSSEM VERMES IGNÓBEIS E ACÉFALOS COM AS SUAS FAMÍLIAS!!!
Por outro lado, vocês também JAMAIS se livrarão daqueles que lhe chutam, espezinham, ‘nojentam’ e ‘etc-am’...
Mas aí, eu chego onde eu realmente queria: nas cobras criadas dentro da família... o que fazer quando alguém que – ao menos na minha concepção de ‘família’ – deveria estar a seu lado e lhe aceitar do jeito que você é e lhe apoiar, mesmo discordando, na verdade, lhe sabota, apronta contigo nas suas costas e, seja em que circunstâncias forem, acaba sendo desmascarado(a).
Pois bem, isso acontece comigo neste exato momento. E isso me deixou sem chão, e eu ainda não consegui construir outro. Perder confiança, respeito e até certa admiração de uma vez não é algo fácil pra ninguém – ainda mais quando, como já dito, não há como se livrar da mini-naja que divide a vida contigo.
Para a maior parte dos assuntos da minha vida, eu prego a política do “forgive, but never forget” – perdoe, mas nunca esqueça. É algo franco, e deixa tudo leve. Perdoe, honestamente; mas saiba que “o culpado sempre volta à cena do crime”, então, fique de olho vivo para não acontecer de novo. Basta não dar espaço.
Mas sejamos francos... quem disse que eu sou um ser evoluído e puro, que perdoa as coisas assim? Eu sou rancoroso e demoro MUITO TEMPO pra perdoar alguém – e se eu já demoro pra perdoar, isso já quer dizer que eu JAMAIS esqueço. E sim, e me assumo hipócrita, agora... afinal, prego tal política, mas eu mesmo não a sigo. E, na maioria das situações, dou o troco quando menos se espera – não se trata de “vingança”, meu caro leitor, minha cara leitora... Tom não se vinga – TOM FAZ JUSTIÇA A GALOPE...
Quando se é em família, tudo é mais difícil neste setor – mas nem por isso, deixo barato. Por ora, é o momento de lamber as feridas e engolir a “novidade”. É quando meu chão estiver de volta ao seu lugar que eu poderei pisar e saber como agir.Já sei quem é o novo inimigo – agora, é saber como lidar com ele (leiam aniquilá-lo).
Alguém tem um exemplar de “A Arte da Guerra” pra me emprestar?

Escutando "Didn't We Almost Have It All", Whitney Houston

Comentários

  1. Tom!
    Deixa eu rir primeiro: HAHAHAHAHAHAHAHAHA! (É que o riso é a mais sincera e imediata das reações e eu não sou do tipo que "reprime emoções"!) ;-)
    Agora vamos lá:
    CARA! Eu poderia ter escrito esse post numa BOA! Vi vááááários dos meus chavões preferidos, aí!
    Que coisa bacana.
    E o assunto não teria como não gerar um texto longo: questões COMPLEXÍSSIMAS!
    O importante é saber que certas coisas (leia-se, aqui, também "pessoas"!) têm PRAZO DE VALIDADE em nossas vidas! ;-) E que se a gente tenta transformar quem é ESTAÇÃO numa presença PERENE, então corremos o risco de colocar tudo a perder.
    Temos, isso sim, é que SEGUIR O FLUXO e deixar as coisas todas acontecerem.
    Enquanto há TROCA, há a vontade de estar junto. Enquanto há CARINHO, há a vontade de permanecer ao lado.
    A gente atrai pra perto de nós as pessoas com o mesmo campo de energia.
    Sorria, rapaz!
    E, sim: a filosofia do "Doce, doce, doce..." FUNCIONA!
    Muitas vezes o trabalho é bem mais simples do que poderíamos ter imaginado.
    Posso te dar um abraço?
    Pois sinta-se abraçado, Tom!
    E bem-vindo ao meu planetinha!

    =)

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  2. PS: Quanto ao lance "família", acredite em mim: I´ve been there before e sei EXATAMENTE do que estás falando!
    Deixa o tempo passar, Tom. E mais: não dispenda tanta energia com quem, definitivamente, NÃO A MERECE!
    Não precisa perdoar (e eu também sou muito rancoroso com determinados tipos de "falta"!) mas também não há de se consumir com o que não é positivo.
    Relaxe, respire, tente voltar ao seu centro - por mais difícil que isso possa ser no momento.
    Sorte!
    E muita luz pra ti!

    =)

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  3. Sobre amizade:

    Amigo é feito casa que se faz aos poucos
    e com paciência pra durar pra sempre.
    Mas é preciso ter muito tijolo e terra,
    preparar reboco, construir tramelas.
    Usar a sapiência de um João-de-Barro,
    que constrói com arte a sua residência.
    Há que o alicerce seja muito resistente,
    que às chuvas e aos ventos possa então a proteger.
    E há que fincar muito jequitibá
    e vigas de jatobá e adubar o jardim,
    e plantar muita flor, toiceiras de resedás.
    Não falte um caramanchão,
    pros tempos idos lembrar,
    que os cabelos brancos vão surgindo
    que nem mato na roceira que mal dá pra capinar
    E há que ver os pés de manacá cheinhos de sabiás.
    Sabendo que os rouxinóis vão trazer arrebóis,
    choro de imaginar.
    Pra festa da cumieira não faltem os violões,
    muito milho ardendo na fogueira
    e quentão farto em gengibre
    aquecendo os corações.
    A casa é amizade construída aos poucos
    e que a gente quer com beira e tribeira.
    Com gelosia feita de matéria rara
    e altas platibandas, com portão bem largo
    que é pra se entrar sorrindo nas horas incertas,
    sem fazer alarde, sem causar transtorno.
    Amigo que é amigo, quando quer estar presente,
    faz-se quase transparente sem deixar-se perceber.
    Amigo é pra ficar, se chegar, se achegar,
    se abraçar, se beijar, se louvar, bendizer.
    Amigo a gente acolhe, recolhe e agasalha
    e oferece lugar pra dormir e comer.
    Amigo que é amigo não puxa tapete,
    oferece pra gente o melhor que tem e o que nem tem.
    Quando não tem, finge que tem,
    faz o que pode e o seu coração reparte que nem pão.

    Herminio Bello de Carvalho

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  4. Resolvi fuçar e fiquei traumatizado! Que pessoas prolíxas! Que reflexões profundas! parece um chá na Academia Brasileira de Letras. Mas citar Hermínio Bello de Carvalho já é golpe baixo!

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