Sobre meninos e demônios...
Eu tinha 9 anos. Havia acabado de me mudar de Maceió para São Paulo para acompanhar meu pai, que estava fazendo doutorado na PUC e ficaria longos 4 anos – tempo demais para uma família ficar afastada. A terra me causou muitas estranhezas, era tudo muito grande, perigoso e opressor pra um garotinho que vivia livre, leve e solto na pequena, fresca, provinciana e (então) segura Maceió. Mas nada que não se esperasse adaptação no tempo apropriado. Dois dias depois da chegada, meu primeiro dia de aula no Colégio São Domingos. Cheguei no meio do segundo bimestre, literalmente “de para-quedas”. Mas despertei curiosidade geral no colégio – uma menina que estava sentada na carteira em que fui posto pela “tia” imediatamente me cutucou apenas para pedir “FALA”. Logo viriam aqueles que queria “corrigir a fala esquisita”... No Edifício Ana Capri, não foi muito diferente, mas foi mais fácil me enturmar. Por ser mais velho que a maioria dos garotos e mais centrado (além de relativamente bem-educado –